Jorge BrandãoEmpresário e escritor espírita
Nunca estamos sós! Os seres do mundo invisível povoam os espaços e estão constantemente ao nosso derredor, nos acompanham, nos veem e observam, nos procuram ou nos evitam, conforme os atraímos ou repelimos.
Ao desencarnar, não mudamos a nossa personalidade, somos atraídos pelas mesmas sensações que buscávamos enquanto encarnados. O alcoolista continua obstinado pela bebida e busca um sócio encarnado que possa reconduzi-lo ao vicio. O sensualista procura alguém que tenha as mesmas sensações desajustadas no campo do sexo, para ser seu parceiro. O avarento se atormenta por não poder tocar no seu querido dinheiro.
Ao nosso redor sempre há espíritos que são atraídos pelos nossos gostos e emoções. Alguns deles nos incentivam ao bem, outros ao mal de acordo com os nossos pensamentos e intenções.
Podemos disfarçar os nossos verdadeiros propósitos e os nossos mais escusos pensamentos (embora não por muito tempo) das pessoas encarnadas, mas tudo o que pensamos emite vibrações que são projetadas claramente em nossa tela mental, atraindo companhias do plano espiritual que se comprazem com elas. Daí a máxima; “Diz-me o que pensas e eu te direi quem são as tuas companhias espirituais ”.
Quando os espíritos inferiores fazem as suas sugestões é porque eles conhecem muito bem as nossas inclinações e nossos pontos fracos, sabem onde estão lançando suas sementes, no entanto, eles não têm chance alguma e sequer perdem tempo com quem está firme nos princípios do bem e não lhes dá oportunidade.
Quando as coisas não vão bem em nossa vida, quando somos arrebatados pelas nossas próprias fraquezas, nos sentimos tentados, muitas vezes, a atribuir a culpa aos outros, ao destino, ao karma, ou finalmente a interferência dos espíritos inferiores.
É bem mais fácil e momentaneamente menos dolorido, terceirizar a culpa pelos tombos que levamos da vida, do que humildemente admitir as nossas faltas e nos conscientizar que somos nós mesmos os responsáveis pelas nossas escolhas.
A interferência do mundo espiritual em nossas vidas é real, mas ocorre por sintonia. Nossos pensamentos quando emitidos possuem uma frequência vibratória e se unem a frequências iguais do plano espiritual que juntos potencializam a nossa vontade, seja ela positiva ou negativa.
Na busca de parceiros para o seu sofrimento, os espíritos inferiores, buscam nos fazer acreditar na felicidade temporária, nos desejos grosseiros das ilusões da matéria. Inflar o nosso orgulho e egoísmo é o maior objetivo destes espíritos para nos enfraquecer e aniquilar a nossa vontade de progresso.
A Doutrina Espirita nos esclarece da importância do autoconhecimento, nos propondo que, com humildade e sem baixar a nossa autoestima, reconheçamos os nossos defeitos e vícios e nos esforcemos para eliminá-los, pois são eles que baixam a nossa vibração, alimentam ilusões e nos conectam com entidades inferiores.
Os espíritos não têm o poder de nos conduzir como marionetes e o destino não é algo fatídico e irreversível, mas modelável ao nosso livre arbítrio, fruto das escolhas que fizemos a cada dia.
Clique aqui para ler o texto de Anny Desconzi para Opinião desta quarta-feira (11).